Tratamento Mecânico e Biológico

Unidade de Tratamento Mecânico e Biológico

Como parte de um plano conjunto entre os sistemas Gesamb, AMCAL e RESIALENTEJO, foi construída em Évora uma Unidade de Tratamento Mecânico e Biológico (TMB).

A construção desta unidade teve como objetivo reduzir a quantidade de resíduos biodegradáveis que vão para aterro e aumentar a reciclagem de embalagens.

A entrada em funcionamento da TMB representou uma mudança importante no modelo existente até então, que dependia principalmente da deposição em aterro. Com esta unidade, foi possível melhorar significativamente o tratamento e a valorização dos resíduos urbanos, tanto a nível regional como nacional.

O investimento total foi de cerca de 16,7 milhões de euros, sendo que 60,55% desse valor foi financiado pelo Programa Operacional Valorização do Território (POVT).

 

Unidade de Tratamento Mecânico e Biológico
Unidade de Tratamento Mecânico e Biológico

A unidade está localizada junto ao aterro sanitário da Gesamb, em Évora. As obras começaram em outubro de 2011 e terminaram no final de 2013. Entre setembro e dezembro de 2013, decorreu a fase de testes, com início oficial das operações em 2014.

A TMB foi projetada para tratar até 113 mil toneladas por ano de resíduos urbanos indiferenciados e resíduos verdes. O processo permite separar materiais recicláveis e a parte orgânica, que é usada para fazer composto. Esta unidade tem ainda, uma linha para produzir combustíveis a partir dos resíduos que não podem ser reciclados.

O projeto foi desenvolvido em duas fases:

  • Escolha da tecnologia e fornecedor através de concurso público.
    Elaboração do projeto de construção e realização da obra.

Esta abordagem permitiu escolher as melhores soluções e otimizar os custos: 8,4 milhões de euros para os equipamentos e 7,9 milhões de euros para a construção civil — valores inferiores aos que seriam esperados num modelo tradicional.

Como funciona o tratamento dos resíduos:

  • Receção e armazenamento dos resíduos.
  • Separação mecânica para identificar materiais recicláveis e preparar a parte orgânica para compostagem.
  • Compostagem em duas fases: primeiro em túneis fechados e depois em pilhas.
  • Refinamento do composto, removendo materiais indesejáveis.
  • Armazenamento e envio do composto final.
  • Triagem automática dos resíduos rejeitados e dos materiais recolhidos seletivamente.
  • Envio para reciclagem dos materiais recuperados.
  • Preparação de combustíveis a partir dos resíduos maiores (fase futura).
  • Todas estas operações são feitas num edifício fechado, com controlo rigoroso dos resíduos sólidos, líquidos e gasosos. Entre as medidas de controlo estão:
    • Envio de menos de 10% dos resíduos para aterro;
    • Tratamento dos líquidos gerados, com possibilidade de reutilização;
    • Purificação do ar nos edifícios.

Balanço Mássico e Benefícios Ambientais e Económicos

Com a entrada em funcionamento da TMB e a implementação das restantes ações do plano conjunto, destacam-se os seguintes benefícios:

  • Valorização da fração orgânica dos resíduos urbanos indiferenciados e de parte dos resíduos verdes, através da compostagem, em linha com as orientações do PERSU II;
  • Redução significativa dos resíduos enviados para aterro, prolongando a vida útil dos aterros sanitários e diminuindo a emissão de gases com efeito de estufa;
  • Produção de composto orgânico para aplicação no solo, contribuindo para a melhoria da produtividade agrícola e combate à desertificação;
  • Recuperação de materiais recicláveis da parte não orgânica dos resíduos indiferenciados, aumentando a taxa de reciclagem de embalagens;
  • Aproveitamento dos materiais recicláveis provenientes da recolha seletiva multimaterial;
  • Possibilidade futura de produção de combustíveis derivados de resíduos (CDR), com elevado poder calorífico, a partir da fração não orgânica;
  • Melhoria do desempenho ambiental da Gesamb, com impacto positivo na qualidade de vida das populações servidas.